O longa “O Próprio Enterro”, estrelado por Jamie Foxx e Tommy Lee Jones, estreou recentemente no catálogo da Amazon Prime Video e já conquistou o público com sua mistura de drama jurídico, crítica social e uma boa dose de humor. O que muitos não sabem é que a produção se inspira em um julgamento real ocorrido nos Estados Unidos, embora tenha adotado algumas licenças criativas para adaptar a história à linguagem cinematográfica.
A trama do filme
A narrativa acompanha Jeremiah O’Keefe (interpretado por Tommy Lee Jones), um empresário do Mississippi que administra uma tradicional funerária herdada da família. Após cair em um golpe envolvendo um acordo comercial sem contrato com uma grande corporação canadense, O’Keefe vê seu negócio ameaçado e sua estabilidade financeira ruir.
Na tentativa de reverter a situação, ele contrata o advogado Willie E. Gary (papel de Jamie Foxx), famoso por sua retórica envolvente, estilo ousado e dedicação incansável. A dupla se une para enfrentar um poderoso conglomerado em uma batalha judicial que vai além das finanças: está em jogo a honra de O’Keefe e a luta por justiça contra abusos corporativos.
Baseado em fatos, mas com ajustes criativos
O filme se inspira no processo judicial real entre Willie Gary e a Loewen Funeral Company, que aconteceu em 1995 e resultou em uma das maiores indenizações já pagas até então em casos do tipo. No entanto, a diretora Maggie Betts optou por não seguir rigorosamente os fatos, priorizando a mensagem e o impacto social da obra.
Entre as mudanças mais marcantes está a composição da equipe de advogados da empresa ré. Enquanto na vida real o time jurídico da Loewen era formado principalmente por homens brancos, no filme essa equipe é retratada majoritariamente por mulheres negras. A escolha reforça o debate sobre representatividade e desigualdade racial no ambiente corporativo e jurídico.
Racismo e exploração econômica em destaque
Outro ponto central da adaptação é a abordagem de acordos entre conglomerados empresariais e organizações religiosas, em que comunidades afro-americanas acabavam sendo exploradas. O filme evidencia como, apesar dos altos lucros das empresas, igrejas e trabalhadores locais recebiam compensações insignificantes, expondo um sistema desigual e injusto.
Há também cenas inspiradas diretamente em episódios reais do julgamento. Um exemplo é o momento em que Gary interroga o executivo Ray Loewen sobre o valor de seu iate, ilustrando a disparidade entre o poder econômico da empresa e os danos causados ao pequeno empresário.
Contudo, nem todos os personagens são retratos fiéis. A principal advogada da oposição, no longa, é uma jovem negra fictícia. Na realidade, a equipe de defesa da Loewen contava com advogados negros experientes, sendo liderada por Richard Sinkfield, especialista em legislação antitruste.
More Stories
Ahsoka: série do universo Star Wars conta com 8 episódios e boa recepção da crítica
Deadpool & Wolverine será proibido para menores de 16 anos no Brasil
10 Melhores Filmes Sobre Freiras: Do Terror à Comédia